segunda-feira, 31 de março de 2008

Dia de

Ontem foi dia de improviso, de última hora. Dia de “deixa que eu pago”, dia de anotar pedido de música em papelzinho. Que do papel iam direto para as cordas da voz e da guitarra de uma mulher maravilhosa. Negra, brasileira. Que retribuía com sorrisos as vozes que lhe acompanhavam.
Ontem foi dia de dançar com quem não se conhecia. Dia de dançar com a Karin e com a Sammia. Improvisando passos, letras e rodopios. Sem economizar o sorriso.
Foi dia de não saber como voltar pra casa, dia de reencontro, de boa música, de novos amigos e também dia de “eu te levo pra casa”.

quarta-feira, 26 de março de 2008

COMO ME TORNEI ESTÚPIDO

Bom, Como me tornei estúpido de Martin Page foi o último livro que li. Recomendado pela minha querida Sammia, e agora recomendo para vocês.

O protagonista do romance é Antoine, um depressivo intelectual que não consegue conviver com sua inteligência e manipulação da sociedade. Depois da tentativa hilária de alcoolismo e suicídio, Antoine decide que só a estupidez irá libertá-lo e integrá-lo a sociedade.

Presenteio os interessados com um trecho do livro:


"POR CAUSA DE UMA SENSIBILIDADE fisiológica extrema, Antoine não pudera tornar-se alcoólatra. Ele tomou como alternativa a resolução de se suicidar. Ser alcoólatra tinha sido sua derradeira ambição de integração social, e matar-se era o derradeiro meio que ele via de participar do mundo. Personagens que ele admirava tinham tido a coragem de escolher o momento da sua morte: Hemingway, a sua querida Virginia Woolf, o seu querido Sêneca, Debord, Catão de Utica, Sylvia Plath, Demóstenes, Cleópatra, Lafargue...
A vida não era mais que uma infinita tortura. Ele não sentia prazer em ver o dia raiar, todos os seus instantes eram ácidos e estragavam o gosto do que teria podido ser agradável. Como ele nunca tivera verdadeiramente a impressão de viver, não tinha medo da morte. E ele até estaca feliz por encontrar na morte a única prova intangível de que ele estivera na vida. A incrível má qualidade de comida que lhe era servida quando estava no hospital acabou por convencê-lo encerrar seus dias.
Antoine tinha dado entrada na emergência do hospital de La Pitié-Salpêtrière , apesar do documento plastificado na sua carteira que indicava que ele doava os seus órgãos em caso de morte cerebral e que ele preferia agonizar na calçada a ser cuidado em La Pitié..."


ilustração da capa do original francês Comment je suis denevu stupide

quarta-feira, 19 de março de 2008

Um desenho para

"Tentar ser forte a todo e cada amanhecer"

terça-feira, 18 de março de 2008

Domingo

Rua XV, Curitiba - PR

Ela fica no restaurante japonês. Eu, um pouco mais à frente, sento no mexicano.
Ela com o sorriso brincando de me cuidar. E eu com o falso desdém.
Divido o olhar entre ela e os nachos. Ela entre os peixes crus e eu.
Tomo um suco de laranja que sem minha preferência, é quente e sem açúcar. E ela, não sei.
Ela vem na minha direção. Eu dou a última garfada.
Ela diz que sua barriga dói. A minha também.
Vamos ao museu? E eu, Vamos ao café?
No caminho ela diz que me ama. E eu, sem falar nada, também.

sexta-feira, 14 de março de 2008

Dia Nacional da Poesia


s.f. Arte de fazer versos. / Cada gênero poético / Obra em verso, poema / Característica do que toca, eleva, encanta. Forma especial de linguagem, mais dirigida à imaginação e à sensibilidade do que ao raciocínio. — Em vez de comunicar principalmente informações, a poesia transmite sobretudo emoções.



Encontro na tristeza um lugar só meu, onde ninguém encosta um dedo. Um lugar onde sento e escrevo um livro do que vai ser de mim. Um livro de um capitulo, uma frase e páginas em branco.

Bruno L Mocelin

Bruno L Mocelin

Desbravador


Depois do seu olhar
Tua saliva encontro
Em calafrios e pensamentos
Me perco, barco sem rumo
A bússola me morde
Me arranha a carne, mostrando o caminho.

Bruno L Mocelin

A todos que escrevem, cantam e leêm um ótimo dia da poesia.

terça-feira, 11 de março de 2008

Ilustração: Bruno L. Mocelin


Bem vindo ao mundo onde a cabeça não para, e quando para...

quinta-feira, 6 de março de 2008

Rato

Convivo com músicas infantis, seja para apresentar para minha priminha ou colocar nos vídeos que faço no trabalho, isso quando o vídeo é para crianças até 7 anos.
Bom, não foi por nenhum desses motivos que conheci essa música. Estava lá eu editando, quando tirei o fone para escutar o André que pronunciava palavras antes mudas por conta da música Losing my religion que eu ouvia. Me desiquipei do fone e soltei um “Hããã??” ele me retrucou com um “Tsc! Escute essa música cara”. Prestei atenção e fiquei encantando com a poesia cantada que conheci. Assim, fiz um simples desenho para ilustrar essa canção, e apresentar para quem não conhece, espero que gostem.


Rato
(Paulo Tatit e Edith Derdyk)

Todo rato tem rabo longo
Toda rato tem faro esperto
Todo rato curte escuro lambe restos
Todo rato deixa rastros
Todo rato trai e mente
Todo rato assusta a gente
Todo rato anda em bando
São os ratos, são os ratos
São os ratos bem malandros

Mas sempre tem um que é diferente
Tem sempre um que até surpreende a gente
Este rato que aqui se mostra
É um rato que a gente gosta
É um rato que em vez de catar
Lasquinhas de queijo e comer na rua
Prefere mil vezes um beijo
Um beijo brilhante da lua

- Lua minguante lua crescente
Declaro ser o seu mais lindo amante
Com você eu quero me casar
Fazer da noite escura o nosso altar

- Rato meu querido rato
Eu não sou assim de fino trato
Para selar este contrato
Minha luz é passageira
Fico sempre por um triz
Mesmo quando estou inteira
Vem a anuvem me cobrir
Ela sim, nuvem faceira
É que lhe fará feliz

- Nuvem redonda que cobre o luar
Declaro ser o seu mais lindo amante
Com você eu quero me casar
Fazer do céu imenso o nosso altar

- Rato meu querido rato
Eu não sou assim de fino trato
Para selar este contrato
Minha sombra é tão nublada
Fico sempre por um triz
Mesmo quando estou parada
Vem a brisa me diluir
Ela sim, brisa danada
É que lhe fará feliz

- Brisa macia que destrói a nuvem que cobre o luar
Declaro ser o seu mais lindo amante
Com você eu quero me casar
Fazer do vento o nosso altar

- Rato meu querido rato
Eu não sou assim de fino trato
Para selar este contrato
Mesmo quando eu sopro forte
Vem a parede me barrar
Só a parede de uma casa
Não deixa a brisa passar
Ela sim, dura parede
É que aprenderá a te amar

- Parede parada
Que barra a brisa, que destrói a nuvem que cobre o luar
Declaro ser o seu mais lindo amante
Com você eu quero me casar
Fazer da terra o nosso altar

- Rato meu querido rato
Eu não sou assim de fino trato
Para selar este contrato
Meus tijolos são de barro
Mas não é difícil me esburacar
Mesmo sendo bem segura
Vem a ratinha me cavocar
Só a ratinha bem dentuça
Saberá como te amar

- Ratinha dentuça
Que cavoca a parede, que barra a brisa que destrói a nuvem, que cobre o luar
Declaro ser o seu mais lindo amante
Com você eu quero me casar
Fazer da natureza o nosso altar

- Rato meu querido rato
Eu que sou assim de fino trato
Pra selar este contrato
O meu faro é tão certeiro
Com você vou ser feliz
Mesmo não sendo perfeita
Eu sou a rainha eleita
Fico aqui toda sem jeito
Esperando um grande queijo (ops!)
Esperando um grande beijo

Toda rata tem rabo longo
Toda rata tem faro esperto
Toda rata curte escuro lambe restos
Toda rata deixa rastros
Toda rata trai e mente
Toda rata assusta a gente
Toda rata anda em bando
São as ratas, são as ratas
São as ratas bem malandras

Coro de Ratos: Eugênio Tadeu, Miguel Queiroz
Voz do Rato, Violão e Baixo: Paulo Tatit
Voz da Lua, Piano e Teclados: Sandra Peres
Voz da Nuvem e da Rata: Suzana Salles
Voz da Brisa e Coro das Ratas: Ná Ozzetti
Voz da Parede e Coro das Ratas: Mônica Salmaso
Pandeiro e Reco-Reco: Adriano Busko